Diabetes tipo 2 entre jovens: diferentes tratamentos e o papel da cannabis

Aumento nos casos de Diabetes tipo 2 entre jovens: diferentes tratamentos e o papel da cannabis

Caneta, medicamento oral, insulina e alimentação – cardiologista explica suas funcionalidades e indicações.

O número de jovens entre 19 e 39 anos diagnosticados com diabetes tipo 2 no mundo aumentou drasticamente nos últimos 30 anos, chegando a um incremento de 56%, de acordo com uma análise sistemática do Global Burden of Disease (GBD), publicada no British Medical Journal. No Brasil, quase 16 milhões de adultos são afetados pela doença. Com o aumento dos casos, a necessidade de informação sobre cuidados e tratamentos disponíveis tornou-se uma preocupação para os médicos, especialmente porque mudanças no estilo de vida são essenciais para melhorar a saúde e a qualidade de vida a médio e longo prazo.

De acordo com o cardiologista Jairo Borges, crianças, adolescentes e jovens adultos enfrentam a obesidade e a esteatose hepática devido a estilos de vida inadequados. Isso contribui para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. ´Mesmo que o paciente seja jovem ou recém diagnosticado, a doença aumenta o risco de problemas cardiovasculares em 2 a 4 vezes comparado a pessoas sem diabetes,´ explica ele.

Borges ressalta que a má alimentação e a falta de exercícios físicos regulares resultam em alta glicose no sangue, obrigando o pâncreas a secretar grandes quantidades de insulina, o que eventualmente causa mau funcionamento do órgão. Diabéticos perdem pelo menos 40-50% da função das células beta do pâncreas produtoras de insulina e precisam focar em preservar o restante da função.

O médico e consultor da Libbs Farmacêutica, lista cinco formas de tratamento para o diabetes tipo 2:

Mudança no estilo de vida: A primeira linha de cuidado para pacientes diabéticos e para a remissão ao pré-diabetes. Além disso, a atividade física regular ajuda a reduzir a glicose no sangue e, consequentemente, melhora a ação da insulina.

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que mudanças intensivas no estilo de vida reduziram em cerca de 58% o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em três anos.

Medicamento único (monoterapia): Habitualmente indicado por médicos devido ao seu valor acessível e disponibilidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Profissionais de saúde indicam esse tratamento para pacientes que não apresentam sintomas graves, como urinar muito, sede intensa ou fome exagerada. Benefícios incluem diminuição da glicemia, redução de triglicerídeos e LDL-colesterol, e aumento do HDL.

Medicamento combinado: Médicos prescrevem a combinação de dois princípios ativos desde o diagnóstico para melhorar o controle da glicemia e garantir estabilização rápida e sustentada, sem causar hipoglicemia. Algumas opções contribuem para proteção renal.

Canetas (agonistas do receptor de GLP-1): Medicação injetável que promove perda de peso significativa, mas possui custo elevado, tornando-se inviável para a maioria da população.

Insulina: Médicos costumam prescrever insulina para diabetes tipo 1 e também para o tipo 2, quando a glicemia permanece persistentemente alta. Frequentemente combinada com medicação oral.

Adicionalmente, a cannabis tem mostrado potencial em auxiliar pacientes diabéticos, especialmente quando associada a tratamentos convencionais. Pesquisas indicam que canabinoides específicos, como CBD e THCV, podem reduzir a inflamação e a resistência à insulina. Isso beneficia a dor neuropática e outras complicações do diabetes, como a retinopatia diabética.

´O CBD, em particular, ajuda a formar uma camada protetora ao redor dos nervos, prevenindo a inflamação e a resistência à insulina´, lembra o neurocirurgião e diretor científico da plataforma Sechat, Pedro Pierro.

O Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de adultos diagnosticados. E estima-se que esse número chegue a 21,5 milhões em 2030. As taxas de mortalidade por diabetes também estão em ascensão. Destacando a importância de intervenções eficazes e mudanças no estilo de vida para prevenir complicações graves.

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