Combinação de canabinoides pode auxiliar no tratamento de sintomas como agitação, insônia e perda de memória. Pesquisadores brasileiros publicaram no Brazilian Journal of Health Review uma revisão literária que destaca o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) como boas opções terapêuticas para o tratamento a Doença de Alzheimer (DA). Estudos mostram que o canabidiol possui propriedades neuroprotetoras, anti-inflamatórias e antioxidantes, o que pode ajudar na redução dos sintomas.
O Alzheimer, caracterizado por ser um transtorno neurodegenerativo causado por proteínas mal processadas, afeta funções vitais do sistema nervoso e tem como principal sintoma a perda progressiva e irreversível da memória. A falta de tratamentos efetivos para o Alzheimer preocupa médicos, pacientes e familiares. Com isso, estratégias alternativas, como o uso de CBD e THC, ganham destaque.
A revisão utilizou artigos publicados entre 2013 e 2023 em bases como a National Library of Medicine (PubMed) e a Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS). Desses 197 artigos encontrados inicialmente, apenas 12 foram considerados relevantes para o estudo.
Evidências promissoras em modelos animais
Estudos em camundongos com Alzheimer revelaram que o tratamento com CBD por oito meses melhorou o retraimento social, o reconhecimento facial e reduziu a inflamação neuronal. Além disso, outro estudo mostrou que o CBD ajudou no metabolismo cerebral da glicose e na prevenção de danos à memória.
O Papel do THC no tratamento
Hygor Cabral, médico da associação Ama-me e pesquisador, ressalta que o THC também tem um papel importante no tratamento da DA. “O THC pode auxiliar no controle de irritabilidade e agressividade, sintomas comuns em pacientes com Alzheimer”, explica. Segundo ele, a combinação de CBD e THC, em proporções personalizadas, ajuda a equilibrar processos inflamatórios e desacelerar a neurodegeneração.
Além disso, essa combinação pode melhorar a qualidade do sono, que frequentemente é prejudicada em pacientes com demência. “Melhorar a qualidade do sono, reduzir a ansiedade e controlar o comportamento contribuem muito para a estabilidade emocional de quem sofre de Alzheimer”, completa Cabral.
Em concordância com o médico, os estudos com pacientes humanos mostraram progressos no controle da agitação, agressividade e na melhora dos padrões de sono. Além disso, a combinação de CBD e THC, especialmente na proporção de 1:1, se mostrou mais eficaz do que o uso isolado de cada composto.
Segurança e poucos efeitos adversos
De acordo com o Dr. Cabral, o uso da cannabis no tratamento da DA é seguro, apresentando apenas sintomas leves como sonolência e confusão mental. Ele ainda destaca que os profissionais podem usar a cannabis em conjunto com outros medicamentos, já que ela apresenta poucas contraindicações.
Atenção: Este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta com profissionais de saúde qualificados. Sempre consulte seu médico antes de iniciar qualquer tratamento.
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