Roraima estuda como fornecer gratuitamente medicamento derivado da maconha

Roraima estuda como fornecer gratuitamente medicamento derivado da maconha

Estado agora tem política estadual de fornecimento gratuito do canabidiol nas unidades pública e privada por meio do SUS

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) atualmente realiza estudos técnicos para viabilizar a aquisição do canabidiol por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Esse medicamento derivado da cannabis, a planta da maconha, é usado no tratamento de pacientes com doenças e alterações neurológicas. No entanto, a pasta afirmou que a questão ainda precisa ser avaliada por órgãos como o Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR), o Departamento de Vigilância Sanitária da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde bem como a Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica.

Esses entes irão elencar os profissionais responsáveis pela prescrição, dispensação e as patologias que o medicamento deverá contemplar. Além de suas referidas concentrações aos pacientes do Estado.

Política estadual de fornecimento gratuito

Em julho, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), promulgou a lei que estabelece a política estadual de fornecimento gratuito do canabidiol nas unidades pública e privada por meio do SUS. A deputada Catarina Guerra (União Brasil) propôs a legislação.

Desde 2015, a substância não pertence mais à lista de proibições da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que, naquele momento, reconheceu o efeito terapêutico da cannabis. Desde então, houve mais de 300 mil pedidos de importação do canabidiol em todo o Brasil.

Há dois meses, a ALE-RR debateu o tema com órgãos públicos, especialistas, estudantes, pacientes e a sociedade. Durante o encontro, a autora da lei destacou que seria uma oportunidade importante para desconstruir preconceitos relacionados aos medicamentos.

No encontro, especialistas ressaltaram os benefícios do canabidiol contra doenças como epilepsia, esclerose múltipla e quadros psicóticos do Alzheimer. Para amenizar os efeitos colaterais da quimioterapia em tratamentos oncológicos.

O que diz essa política?

A nova lei visa adequar a temática do uso da cannabis medicinal aos padrões de saúde pública de Roraima. Para isso, prevê a realização de estudos e, com base em referências internacionais, busca viabilizar o fornecimento e o acesso a medicamentos de derivado vegetal à base de canabidiol, em associação com outras substâncias canabinóides. Que inclui o tetrahidrocanabidiol aos pacientes portadores de doenças que comprovadamente o medicamento diminua as consequências clínicas e sociais dessas patologias.

A proposta prevê que os profissionais executem a política por meio do diagnóstico e tratamento dos pacientes. Além e de debate e fornecimento de informação sobre o uso da medicina canábica por meio de palestras, audiências públicas, fóruns, simpósios, cursos de capacitação de gestores, com direito a parcerias público-privadas com entidades, preferencialmente sem fins lucrativos.

A legislação permite apenas o fornecimento do canabidiol com concentração máxima de tetrahidrocanabidiol autorizado pela Anvisa. O governo estadual regulamentará a lei com diretrizes claras e, além disso, poderá contar com a participação de técnicos e representantes de associações sem fins lucrativos de apoio e pesquisa à cannabis, bem como de associações representativas de pacientes.

A Sesau explicou que a realização do estudo técnico para fornecer o medicamento em Roraima é para garantir a plena execução da política estadual. E que isso também depende de questão orçamentária, uma vez que essa despesa não estava prevista no orçamento estadual de 2023.

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